Infertilidade Masculina e Tratamentos
Na maioria dos casos em que o casal não consegue engravidar, as mulheres são extensamente investigadas, enquanto o homem é submetido à apenas um espermograma. A recomendação sobre a investigação da condição masculina é da maior importância.
Muitas vezes o casal passa anos tentando uma gestação com base no tratamento apenas da mulher, até considerar a investigação mais detalhada do homem. E quando finalmente descobre que a infertilidade também está nele, já pode ser tarde para intervenções simples.
A infertilidade do casal, hoje em dia, deixou de significar a impossibilidade de ter filhos. A variedade de opções de tratamentos e os índices de sucesso registrados em publicações científicas e observados, também, na vida real, mostram como é possível realizar o sonho de ter um bebê.
Confira, abaixo, os principais tópicos relacionados à infertilidade masculina e à reprodução assistida e o que é recomendado nesses casos.
Quando procurar um médico:
Depois de um ano mantendo relações sexuais freqüentes e sem o uso de qualquer método contraceptivo, se o casal não obtém a gravidez, é hora de procurar o médico, segundo os especialistas. Enquanto a mulher pode ter uma primeira conversa com seu próprio ginecologista, o homem deve procurar o urologista.
A investigação básica do homem:
Após o levantamento do histórico clínico e a realização de um exame físico, em que poderão ser detectadas suspeitas de infertilidade ou mesmo possíveis origens, o médico solicitará espermograma, a dosagem dos hormônios correspondentes a atividade testicular: testosterona total, FSH, LH e prolactina.
Nos indivíduos com alteração da concentração espermática, ou cujo exame físico revelou alterações significativas, deve ser solicitada a pesquisa genética do cariótipo e de microdeleções do cromossomo Y. O exame de doppler testicular pode ser útil na suspeita de alterações das células do testículo. Existe ainda o teste de função espermática, mais sensível para determinar a qualidade dos espermatozóides.
Varicocele, a causa mais comum:
A origem mais comum da infertilidade do homem, em todo o mundo, é a varicocele – ou varizes escrotais. Atinge cerca de 45% dos indivíduos que nunca tiveram filho e até 85% dos homens com infertilidade secundária, que inclui aqueles que não conseguem ter um segundo filho. A varicocele é uma patologia progressiva em que as veias responsáveis por drenar o sangue dos testículos tornam-se incompetentes. Como consequência, o homem com varicocele ejacula espermatozóides imaturos, incapazes de fertilizar o óvulo.
Outras causas de infertilidade:
As infecções testiculares, epididimárias e prostáticas são outro grupo de causas da infertilidade masculina, assim como as azoospermias, que se caracterizam pela ausência completa de espermatozóides no sêmen ejaculado. Neste caso, os espermatozóides ou não são produzidos (configurando o grupo de doenças chamadas de azoospermias não obstrutivas) ou, apesar de produzidos, não conseguem chegar até a uretra por onde seriam ejaculados. As azoospermias obstrutivas, como são chamadas ocorrem quando os túbulos que ligam os testículos à uretra não são permeáveis. Os homens que fizeram vasectomia se enquadram neste grupo.
Procedimentos cirúrgicos:
Cirurgia para a reversão da vasectomia e procedimento cirúrgico para varicole estão entre alguns dos tratamentos da infertilidade masculina. Depois de eliminadas as causas no homem, o especialista poderá indicar ao casal o coito programado, que é o método mais simples para chegar a uma gravidez. Ele é realizado paralelamente à estimulação da ovulação feminina. Outras técnicas poderão ser propostas após a investigação da infertilidade da mulher, como a inseminação artificial, que consiste na injeção de espermatozóides dentro da cavidade uterina, também após estímulo ovulatório. Já na fertilização in vitro, os espermatozóides são colocados em contato com o oócito feminino e depois da fecundação, transferidos para o útero. Dentre as opções de reprodução assistida a ICSI, sigla em inglês para injeção dos espermatozóides dentro do oócito, é o método mais avançado. O tratamento proposto ao casal dependerá da avaliação do perfil dos pacientes.
Fonte: SOGESP – Canal da Mulher