Compostos do cigarro podem interferir na fertilidade da mulher e do homem
O tabaco é a principal droga lícita mais consumida na atualidade. Estima-se que até 50% dos homens e quase 1/3 das mulheres, em idade reprodutiva, façam seu uso. O médico creditado pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Eduardo Leme Alves da Mota explica como o tabaco pode afetar a fertilidade da mulher e do homem.
De acordo com Eduardo, o cigarro com seus diversos compostos, entre os quais se destacam a nicotina e o monóxido de carbono, tem a capacidade de se ligar a receptores específicos nas células e promover um fenômeno chamado de atresia, ou perda da função e morte desta célula. “Assim nas células germinativas, como o óvulo e/ou o espermatozoide, existe uma acentuada queda na sua qualidade e diminuição do número, o que especialmente para as mulheres pode ter um enorme impacto na capacidade reprodutiva.”, explica.
Estudos revelam a queda do potencial e no número dos óvulos. Pesquisadores já mostraram que em fetos abortados do sexo feminino, em grávidas fumantes, o número de óvulos formados era menor se comparado a grávidas não fumantes. Nas mulheres em idade reprodutiva, a quantidade de hormônio necessário para estimular a ovulação é maior nas fumantes se comparado às não fumantes e as taxas de fertilização e crescimento dos embriões em laboratório são piores.
Além disso, acrescenta o médico, as fumantes, em geral, tendem a entrar na menopausa cerca de dois anos antes. “Nos homens, estes estudos não são tão conclusivos, mas convém ressaltar que a produção de espermatozóides é muito maior do que o mínimo necessário.”
TABACO x GESTAÇÃO: Além da ação da reação oxidativa nas células, a nicotina produz uma contração na musculatura das artérias, acarretando diminuição do fluxo sanguíneo. Os bebês de grávidas fumantes tendem a apresentar menor peso e piores condições respiratórias ao nascimento. Hipertensão arterial e descolamento prematuro da placenta podem ser outras complicações também.
TABACO X SAÚDE DO BEBÊ: Em função da menor oxigenação ao longo da gravidez, o coração do bebê tende a apresentar ritmos mais acelerados, o que desgasta a atividade cardíaca, aumenta a prematuridade em função da ação nociva do tabaco e podem existir defeitos de formação. “Há também maior risco de óbito fetal intra-útero”, finaliza o médico.
FONTE: SBRA