Infertilidade: quando o sexo deixa de ser pelo simples prazer
Por sermos racionais, percebemos quando a gravidez não vem e começamos a persegui-la mês a mês. Aí começam as cobranças e o empenho em solucionar esse problema, que era desconhecido pelo casal que tinha o desejo de ter filhos como uma consequência naturalmente planejada.
Quanto mais a gestação não acontece ou, pior, abortamentos sucedem ao tão sonhado teste positivo, as pressões começam a aflorar, muitas vezes na própria família, amigos, no trabalho etc.
Tempo passa e o sofrimento não está mais circunscrito à intimidade do casal. A notícia, não raro escondida, agora percorre os caminhos da publicidade, induzindo, muitas vezes, para a única opção dos mais tímidos: o isolamento, afim de evitar comentários, olhares, piadas etc.
A consequência é o não enfrentamento do problema, evitando ou adiando o tratamento. Some-se a isso o medo da exposição em clínicas especializadas, o que só provoca atraso no tratamento que é conduzido superficialmente.
O final pode ser a fuga do ato sexual, porque ele “não promoverá a gestação” ou o desinteresse, porque passou a ser um ato para a reprodução e não para o prazer.
Essa mistura de frustração, medo e isolamento é a tradução literal do mundo de alguns dos muitos casais inférteis. Mas muitos não deixam abater e enfrentam o tratamento porque, na verdade, a conscientização já é uma realidade nos dias atuais.
Felizmente, hoje o problema da infertilidade é abordado em noticiários, livros, novelas e filmes, quando a população já entende, apoia e estimula o tratamento que resolve a imensa maioria dos casos.
Quais são alguns dos vilões da infertilidade?
- Doenças metabólicas (diabetes, alterações no colesterol e triglicérides, obesidade);
- Os ovários policísticos;
- A endometriose;
- As infecções genitais por DST;
- O hipotireoidismo;
- A idade acima dos 40 anos;
- A má qualidade do sémen.
O que fazer?
Procurar um profissional experiente com atuação em reprodução humana, sabendo que nenhum tratamento oferecerá 100% de sucesso, mas o caminho para chegar lá.
Fonte: Dr Marco Cavalcanti Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e formado em Medicina Reprodutiva e Cirurgia da Reconstrução Pélvica pelo South Florida Institute for Reproductive Medicine nos Estados Unidos.